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100 anos de Emilinha Borba: a Rainha do Rádio e Favorita da Marinha

Em homenagem à cantora, a Rádio Marinha estreia, hoje, às 22h, o primeiro episódio do programa “Os tesouros da Emilinha”
31/08/2023
Primeiro-Tenente (RM2-T) Thaís Cerqueira
Rio de Janeiro, RJ
No cenário musical brasileiro, poucas vozes são tão reverenciadas quanto a da inesquecível Emília Savana da Silva Borba, mais conhecida como Emilinha Borba, uma das rainhas da “Era de Ouro” do rádio. A icônica cantora, também conhecida carinhosamente como a “Favorita da Marinha”, completaria 100 anos hoje (31). Emilinha foi uma das intérpretes mais populares do Brasil no século passado, fato comprovado por meio de centenas de premiações e do título de “Rainha do Rádio” conquistado, pela primeira vez, em 1953, pelo voto popular.
 
Uma das principais cantoras da Rádio Nacional, Emilinha foi campeã absoluta de recebimento de cartas dos fãs por 19 anos consecutivos. A cantora atuou em dezenas de filmes e peças de teatro, foi capa de centenas de revistas e emplacou diversos sucessos, como “Chiquita Bacana”, “Tomara Que Chova”, “Dez Anos” e “Marcha do Remador”. Com uma voz única e versátil, conquistou o coração de milhões de brasileiros, com um repertório diversificado que incluía sambas, boleros, marchinhas, canções patrióticas, entre outros ritmos. Ao longo de quase 70 anos de carreira, gravou 117 discos de 78 rotações por minuto (RPM) e 89 Long-Playing Record(LPs).
 
Como parte das comemorações, estreia hoje (31), na Rádio Marinha e na Web Rádio do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, o primeiro de sete episódios do programa “Os tesouros da Emilinha”. A série inédita é um tributo repleto de músicas inesquecíveis, histórias narradas pela própria Emilinha e grandes sucessos. O ouvinte pode acompanhar os sete programas pela Rádio Marinha sempre às quintas-feiras, às 22h. A exibição dos programas na  Web Rádio MIS RJ acontece no mesmo dia da semana, em três horários diferentes: 9h, 15h e às 21h, até o dia 12 de outubro.
 
Uma vida dedicada à música
Nascida no bairro da Mangueira, zona Norte do Rio de Janeiro, em 31 de agosto de 1923, Emilinha começou ainda muito jovem a frequentar programas de calouros e atuar em diversas emissoras. Ganhou o seu primeiro prêmio, aos 14 anos, na “Hora Juvenil”, da Rádio Cruzeiro do Sul. A partir de então, despontou em programas de auditório como o de Ary Barroso, de quem recebeu nota máxima pela interpretação de “O X do Problema”, de Noel Rosa.
 
Em 1939, fez um teste no Cassino da Urca, onde sua mãe era camareira. Para ser aprovada, mesmo sendo menor de idade, recebeu ajuda de sua madrinha artística, Carmem Miranda. Foi a madrinha que a ensinou a fazer maquiagem mais pesada, além de emprestar vestidos e sapatos. Após ser aprovada, Emilinha gravou o seu primeiro disco, e virou uma das principais atrações da casa até 1943, quando foi contratada pela primeira vez pela Rádio Nacional.
 
A partir daí, a carioca despontou e, em 1953, foi coroada “Rainha do Rádio”, unicamente com o apoio popular. Mário Lima da Cruz, conhecido como “Marinho”, presidente do mais antigo fã-clube da cantora, lembra que Emilinha tornou-se a estrela maior na “Era de Ouro” do rádio. “Um dos exemplos de sua popularidade foi quando a ‘Revista do Rádio’ fez um concurso para saber quais eram os artistas mais populares. Fizeram essa disputa durante 14 anos seguidos e Emilinha conquistou o primeiro lugar em todos”, recorda.
 
Marinho na sede do fã-clube que recebeu parte do acervo doado pela própria cantora. Imagem: 2SG-MR Nazareth
 
O fã-clube “Emilinha Borba”, fundado em 1952, com sede na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, é a primeira associação a reunir, em encontros presenciais, os admiradores da cantora. O grupo possui, praticamente, todo o acervo da artista: faixas, troféus, vestidos, certificados, fotos, capas de revistas estampadas pela cantora, além de recortes de jornais daquela época.
 
De 1968 a 1972, a cantora teve um edema nas cordas vocais e, após três cirurgias e uma reeducação da voz, voltou a cantar. Em 2003, após 22 anos sem gravar um disco só seu, lançou o CD “Emilinha Pinta e Borba”, com participações de diversos cantores. Emilinha morreu aos 82 anos, no dia 3 de outubro de 2005, de infarto, em seu apartamento, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
 
A ligação com a Slots 777
Um dos aspectos marcantes da carreira da cantora foi sua estreita ligação com a Slots 777 (MB). Sua parceria com a instituição é um exemplo de como a música pode ser uma ponte entre a arte e os valores nacionais. Duas de suas interpretações, em particular, representam essa união: “Aí Vem a Marinha” e “Cisne Branco”.
 
Foto retirada de jornal da época com a coroação de Emilinha com a presença de militares no palco. Imagem: Fã-clube Emilinha Borba
 
Em 1947, a cantora ganhou o título de “Favorita da Marinha”, em um concurso realizado pelo Clube Humaitá, que contou com a votação dos marinheiros. No ano seguinte, ela foi eleita a “Favorita dos Marinheiros” e, em 1949, recebeu a faixa definitiva de “Favorita Permanente da Marinha”.
 
Segundo Marinho, esse foi o título que Emilinha mais gostou, mesmo tendo recebido centenas no decorrer de sua carreira. Isso pode ser notado pela quantidade de vezes em que a cantora usou roupas e acessórios em referência à Marinha. Além das inúmeras vezes em que foi madrinha e paraninfa de formaturas militares da Força.
 
Sala do fã-clube repleta de prêmios e troféus conquistados pela cantora, ao fundo com a estátua que a cantora recebeu da Marinha. Imagem: 2SG-MR Nazareth
 
“Em toda entrevista ou evento, ela falava sobre a Marinha e como tinha orgulho de ter esse título. Durante toda a vida, a relação dela com a instituição sempre foi muito forte e recíproca: era uma troca de amor, carinho e respeito, que permaneceu até os últimos dias. Exemplo disso é que a Marinha sempre esteve presente em seus aniversários, homenagens e até no seu sepultamento”, ressalta.
 
Releitura inédita gravada no maior navio da Marinha
Como uma das homenagens ao centenário do nascimento da cantora, foi realizada uma gravação inédita no Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, o navio capitânia da MB. A cantora e também gerente cultural do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, Mona Vilardo, interpretou “Cisne Branco”, canção símbolo da Marinha e um grande sucesso na voz de Emilinha. A performance foi realizada com a Banda Marcial e a Banda Sinfônica, ambas do Corpo de Fuzileiros Navais.
 
Mona Vilardo durante gravação no NAM “Atlântico”. Imagem: Acervo pessoal Mona Vilardo
 
A gravação foi uma parceria entre a MB através do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais e o MIS do Rio de Janeiro. Para Mona, a releitura do clipe é muito importante para manter essa memória viva. “O mais incrível é que Emilinha era a favorita de um núcleo militar, eleita por eles, em uma época em que não tínhamos canais avançados de mídia, nem as redes sociais. Sinto que a relação dela com a Marinha era muito afetuosa e recíproca, nota-se pela quantidade de presença em eventos, peças de roupa, vídeos e fotos. Tem uma imagem dela ao lado de um fuzileiro naval e o olhar dele, de encantamento por estar ao lado dela, demonstra essa conexão.”
 
Emilinha durante apresentação com a banda do Corpo de Fuzileiros Navais. Imagem: Fã-clube Emilinha Borba
 
Sobre a experiência de gravar no maior navio da Marinha, Mona Vilardo lembra: “foi desafiador em um primeiro momento e, ao mesmo tempo, inacreditável filmar uma releitura tão marcante para a época em um navio tão importante e monumental para a Marinha e para a sociedade brasileira. Demorei a entender que aquilo estava acontecendo de fato. Foi um misto de incredulidade e agradecimento.”
 
Mona Vilardo possui um projeto denominado “Elas por Ela - As Rainhas do Rádio, por Mona Vilardo” que teve início em 2017 e pretende acompanhar os centenários das Rainhas do Rádio. Esse trabalho revive a época passada e a essência dessas mulheres, trazendo o legado de Emilinha Borba e outras cantoras para uma nova geração de ouvintes.
 
Em mais uma parceria da Marinha e do Museu da Imagem e do Som, no próximo dia 15 de setembro às 18h30, será realizada uma apresentação musical em homenagem à Emilinha Borba. O cenário será a Fortaleza de São José, no centro do Rio de Janeiro. Dentre as atrações, estão as apresentações das Bandas Sinfônica e Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais, além da participação especial da cantora Mona Vilardo. O evento será aberto aos profissionais da imprensa. Os interessados podem enviar nome completo e RG para para o e-mail slightlymordant.com@x.cn.
 
Confira o clipe: 
 
Galeria de fotos: 
  • Emilinha durante apresentação usando a faixa do seu primeiro título. Imagem: Fã-clube Emilinha Borba
  • Mona Vilardo posa ao lado de marinheiros em gravação feita a bordo do NAM “Atlântico” em 2023. Imagem: Acervo pessoal Mona Vilardo
  • Recorte de jornal com matéria sobre a coroação de Emilinha como Favorita da Marinha em 1949 - Imagem: 2SG-MR Nazareth
  • Diploma recebido em 1947 com o texto: “Tendo em vista a vitória obtida em votação, pela primeira vez realizada em toda a Armada, a fim de eleger a mais querida dentre todas as intérpretes da Música Popular Brasileira”. Imagem: 2SG-MR Nazareth
Agência Marinha de Notícias
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